A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) está se destacando na rede pública de ensino de Nova Iguaçu. Na última sexta-feira (4), estudantes da E. M. Professora Eliana Martins Maia, situada no bairro Valverde, participaram de uma apresentação em coral de LIBRAS para a comunidade escolar. O evento celebrou o projeto pedagógico da escola sob a abordagem Bilíngue Português e LIBRAS, implementado na instituição desde março.
A proposta, organizada pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED), está em consonância com a Política Nacional de Educação Inclusiva. A finalidade é transformar o ambiente escolar em um espaço mais inclusivo, promovendo o ensino da LIBRAS não apenas para alunos surdos, mas também para ouvintes e demais integrantes da comunidade escolar.
“Iniciamos o projeto político pedagógico na E. M. Professora Eliana Martins Maia, e nossa intenção é expandi-lo para todas as outras unidades, avançando cada vez mais na educação inclusiva com a expansão da língua LIBRAS em nosso município,” declara a secretária da SEMED, Virgínia Rocha.
Além de atender alunos surdos, a utilização da LIBRAS tem se mostrado eficaz para estudantes com deficiências. “Essa abordagem pedagógica é essencial, por exemplo, para alunos com autismo que não se comunicam verbalmente. Com essa proposta, conseguem expressar-se,” ressalta a coordenadora da Educação Especial Inclusiva de Nova Iguaçu, Nathália Araujo de Sá.
O projeto pedagógico da Escola Bilíngue Português e LIBRAS foi desenvolvido dentro da E. M. Professora Eliana Martins Maia e será reproduzido pela SEMED em outras instituições do sistema municipal. O diretor-geral da escola, Thiago Jorge Oliveira Dias, explica que tudo teve início quando os educadores notaram que uma aluna ouvinte enfrentava dificuldades de aprendizagem.
“Ela não conseguia ser alfabetizada por algum motivo. Durante uma apresentação em coral de LIBRAS, notamos que começou a evoluir e a aprender. A partir disso, surgiu a ideia de implementar o projeto na escola e levamos a proposta para a SEMED,” comenta Thiago.
Bruna Villas Boas de Jesus, mãe das alunas Mirela e Manuela, de 32 anos, acredita ser fundamental que as instituições de ensino introduzam o ensino de LIBRAS, mesmo para alunos sem deficiência, visando à promoção da inclusão.
“Eventualmente, minhas filhas poderão precisar interagir com alguém que se comunique apenas por LIBRAS, portanto, aprender essa língua é extremamente importante. Elas adoram as aulas e chegam em casa entusiasmadas, mostrando o que aprenderam com o professor,” informa Bruna.