Hospital Geral de Nova Iguaçu Realiza Captação Histórica de Múltiplos Órgãos para Transplante

Na quarta-feira (2), o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) realizou uma cirurgia complexa para a captação de rins, fígado e coração, sendo essa prática menos comum devido à sua intricada natureza. O procedimento contou com a colaboração de três equipes de distintas especializações e durou cerca de duas horas. Todos os órgãos foram destinados a pacientes inscritos no Sistema Nacional de Transplantes (SNT). No total, quatro indivíduos serão agraciados com os órgãos doados.

A jovem doadora, de 18 anos e estudante de enfermagem, foi vítima de um acidente de trânsito. Seu desejo de atuar na área da saúde sempre foi motivado pela intenção de auxiliar os outros, tendo, inclusive, o sonho de se tornar médica. Com esse contexto, a família consentiu com a doação durante a entrevista com a equipe hospitalar.

“A doação de órgãos representa uma nova oportunidade para aqueles que esperam por um transplante, e o HGNI possui uma equipe bem preparada para acolher as famílias e gerenciar todo o processo de maneira responsável”, declarou Luiz Carlos Nobre Cavalcanti, secretário municipal de Saúde de Nova Iguaçu.

Reconhecido pelos atendimentos em traumas e complexidades elevadas, o HGNI é um dos hospitais que mais efetuam captações no estado do Rio de Janeiro. Até maio de 2025, foram registradas 46 mortes encefálicas na unidade, com 19 doações concretizadas. Em diversas situações, a captação não acontece pela falta de autorização familiar em tempo adequado.

“A doação de órgãos tem o potencial de transformar vidas, e o HGNI tem sido líder nesse processo no estado do Rio de Janeiro. Estamos entre os primeiros lugares em notificações, doações e captações, resultado do esforço dedicado de nossa equipe. É uma ação contínua que salva vidas, traz esperança às famílias e reafirma nosso papel de referência na área”, enfatizou Ulisses Melo, diretor-geral do HGNI.

A unidade conta com uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), encarregada de gerenciar os protocolos desde o diagnóstico de morte encefálica até a destinação dos órgãos, respeitando critérios técnicos e legais.

“Nosso compromisso é com a preservação da vida através da doação de órgãos e tecidos. O nosso trabalho cotidiano é fundamentado na humanização do atendimento, no suporte às famílias enlutadas e na valorização do ato solidário que salva vidas. Acreditamos que cada decisão consciente e altruísta de doar representa esperança para quem aguarda um transplante, além de simbolizar um gesto nobre de amor ao próximo. Continuamos a atuar com ética, respeito e responsabilidade para transformar a dor em vida e o luto em solidariedade.”, ressaltou a médica Roberta Carvalho, coordenadora do CIHDOTT.

Para se tornar um doador de órgãos, o aspecto mais relevante é comunicar seu desejo aos familiares. Não é necessário formalizar essa decisão em cartório ou em documentos oficiais. É suficiente que seus familiares conheçam sua intenção e concordem com a doação de órgãos e tecidos no momento apropriado.

Deixe um comentário