Imagine adentrar um hospital e se deparar, entre consultas e tratamentos, com um espaço repleto de cadernos, lápis coloridos e risadas de crianças em aprendizagem. Essa é a realidade diária da Classe Hospitalar do Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), que celebrou 19 anos no Dia do Estudante, na últimas segunda-feira (11/08), promovendo ensino e acolhimento para os jovens internados na enfermaria pediátrica.
Estabelecida em 2006, a Classe Hospitalar representa uma parceria entre as Secretarias Municipais de Saúde e Educação de Nova Iguaçu. A meta é evidente: assegurar que a internação não impeça o aprendizado. As aulas, ministradas pelas educadoras da rede municipal Mônica Santos e Rosemary Mello, são ajustadas conforme a idade, o nível escolar e a condição de saúde — variando de atividades lúdicas para crianças a partir de três anos até conteúdos do ensino fundamental. A “sala de aula” se adapta ao paciente: pode ser armada no leito, na brinquedoteca ou no setor de isolamento infantil.
Antes de cada aula, as educadoras dialogam com a equipe médica para analisar as condições de saúde e preparar atividades personalizadas, de acordo com o que a criança estuda na instituição de origem. As aulas seguem a grade escolar, combinando aprendizado com momentos de descontração. Ao receber alta, o aluno recebe um relatório dos conteúdos abordados e observações pedagógicas para facilitar o retorno à rotina escolar.
“Há 19 anos, a Classe Hospitalar integra a rotina do HGNI, oferecendo aprendizado e interação para as crianças internadas. O projeto, além de beneficiar os pacientes, acolhe os familiares e reafirma o compromisso do hospital com um atendimento humanizado e de excelência”, declarou Ulisses Melo, diretor-geral do HGNI.
Mensalmente, as educadoras realizam cerca de 120 atendimentos na enfermaria pediátrica. Em 2023, o espaço passou por uma significativa reforma, obtendo mais conforto, cores e recursos para tornar o ambiente ainda mais acolhedor para pacientes e seus familiares.
“Ao longo desses anos, presenciei como a educação pode modificar o ambiente hospitalar. Não se trata apenas de ministrar aulas, mas de acolher, inspirar e criar momentos que ajudam a criança a se sentir próxima de sua rotina e de seus sonhos. A cada sorriso ou conquista, estou certa de que estamos fazendo a diferença”, enfatizou Rosemary Mello, que leciona há quase uma década no projeto.
No caso de Luciana dos Santos Andrade, mãe de Lorena Santos Lima, de 7 anos, a Classe Hospitalar é de imensa ajuda no progresso escolar da filha. Internada desde o dia 5 com pneumonia, a menina está no 2º ano da Escola Municipal Aminthas Pereira e conta os minutos para cada atividade.
“Já conhecia a Classe Hospitalar porque esta é a segunda vez que minha filha está internada aqui. É algo fundamental! Se não fosse esse projeto, não sei como seria a experiência dela nesse período de internação. Ela já dorme sonhando com as aulas e anotando os horários das atividades do dia seguinte. É extremamente benéfico para as crianças e até para os pais. Lorena é a maior admiradora dos exercícios”, ressaltou Luciana.
