Na Escola Municipal Benedito Laranjeiras, em Prados Verdes, uma narrativa vem tocando corações de educadores, colaboradores e alunos. Matheus da Costa Siqueira de Andrade, de 18 anos, diagnosticado com autismo nível 1, descobriu nos desenhos uma maneira de lidar com suas dificuldades de comunicação e aprendizado.
Seu talento foi notado já na primeira aula de artes e, desde então, Matheus utiliza lápis e papel como ferramentas para se manifestar, se integrar à comunidade escolar e sonhar com seu futuro. Ele participa das aulas da Educação de Jovens e Adultos (EJA), demonstrando comprometimento e afirmando que a arte contribuiu para aumentar sua autoconfiança.
“Na minha primeira aula de artes aqui, a professora propôs uma atividade e ficou muito impressionada com meu desenho. Foi nesse momento que percebi que desejava continuar e poderia evoluir. A arte me auxilia, pois sempre tive grande apreço por ela. Sou reservado, mas, através do desenho, consigo me expressar de maneira mais eficaz e manter a calma”, relatou.
A trajetória do estudante se tornou uma fonte de inspiração tanto dentro quanto fora da sala de aula. O professor de artes, Guilherme Ribeiro Reis, o descreve como uma “joia rara”, e a equipe da escola enfatiza como a inclusão, o acolhimento e a descoberta de talentos têm o poder de transformar vidas.
“Ele trabalha excelentemente com proporções, cores vibrantes e minúcias. Seu estilo se aproxima do realismo, mas transmite a sua própria essência, a marca de um artista em formação”, ressaltou o professor.
Narrativas como a de Matheus não apenas revelam talentos, mas também relembram que a escola é, acima de tudo, um ambiente de acolhimento, oportunidades e novos começos. E, considerando a determinação do estudante, seu futuro promissor está cada vez mais próximo.
“Eu adoro desenhar porque sempre me traz alegria. Proporciona alívio e, como sou uma pessoa introvertida, o desenho me auxilia em momentos difíceis. No futuro, me visualizo trabalhando como psicólogo e também como artista. É fundamental nunca desistir. A educação abre portas”, concluiu.