A Prefeitura de Nova Iguaçu, através da Secretaria Municipal de Assistência Social, realizou neste domingo (28) a terceira edição do Casamento Comunitário, oficializando gratuitamente a união civil de 52 pares. A celebração ocorreu no Top Shopping e foi conduzida pelo juiz de direito do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Octávio Chagas de Araujo Teixeira. O prefeito Dudu Reina e a vice-prefeita, Doutora Roberta, figuraram como padrinhos de honra do evento.
“É uma imensa satisfação poder participar deste significativo capítulo na vida desses casais. Cada um possui sua trajetória; alguns já formaram suas famílias e estão aqui apenas para ratificar a união. Outros realmente estão iniciando uma nova etapa. Nós, enquanto administração municipal, ficamos extremamente contentes em proporcionar momentos tão especiais para aqueles que se amam”, comentou Dudu Reina.
Os casais foram beneficiados com serviços gratuitos, que incluíram a certidão de casamento e uma preparação especial de pré-wedding, abrangendo manicure, maquiagem, penteado, massagem, escalda-pés e design de sobrancelhas.
Amor que perdura ao longo do tempo
Entre as narrativas celebradas, destaca-se a de André Luís de Sousa Messias, com 52 anos, serralheiro, e Sueli Cristina de Barros Pires, de 53, técnica em enfermagem. Eles se conheceram há quatro décadas enquanto estudavam juntos em uma escola pública de Nova Iguaçu. André chegou a se declarar na infância, mas Sueli estava envolvida com outro namorado, e o romance não se concretizou.
A vida prosseguiu, o tempo fluiu e cada um tomou seu próprio caminho. André Luís teve duas filhas, resultado de dois casamentos, e Sueli Cristina também se casou, mas enfrentou um matrimônio conturbado. Sua dependência financeira com o marido adiou, em várias ocasiões, a separação, a qual ocorreu após conseguir seu primeiro emprego como técnica em enfermagem. Paralelamente, André também finalizava seu segundo casamento.
Embora não mantivessem uma amizade próxima, André Luís e Sueli Cristina residiam no mesmo bairro, Ouro Verde, e ocasionalmente se cruzavam pelas ruas. Em um desses encontros, ele a convidou para um café, que ela aceitou sob a condição de que fosse apenas uma conversa amigável.
André respeitou a condição imposta por Sueli, e os dois fortaleceram sua amizade por quase três anos. Enquanto ele desfrutava da vida de solteiro e ela iniciava um novo relacionamento, uma gravidez inesperada acabou aproximando-os definitivamente.
“Informei ao meu namorado da época que estava grávida, e ele me disse que eu precisaria escolher: o bebê ou ele. Afirmei que não iria abortar, resultando no fim do nosso relacionamento. Quando comuniquei a André sobre o que havia ocorrido, ele respondeu: ‘este filho que você está esperando agora é meu. Você virá morar comigo’, relata Sueli, que até então não tinha tido nenhum envolvimento amoroso com André.
Atualmente, Bernardo – que completou 13 anos na véspera da cerimônia – não é filho biológico do casal, mas foi quem uniu definitivamente os dois amigos de infância. Quatro décadas após aquela primeira declaração frustrada, André e Sueli finalmente disseram “sim” perante a lei.