De acordo com a coordenadora do ‘Família Acolhedora’, Viviane Cordeiro Marques, a principal vantagem do serviço é oferecer à criança e ao adolescente um lar. “Eles são removidos do ambiente de origem e, em vez de serem enviados a uma instituição, vão para um lar onde receberão atenção individualizada e poderão desfrutar das rotinas essenciais de uma vida familiar”, esclarece.
Da habilitação ao acolhimento
Isabel era apenas uma jovem quando convenceu seus pais, a professora Ana Cristina Soares do Rosário e o pintor Paulo Roberto Campos da Hora, a se unirem ao serviço. Ela, que costumava interagir apenas com outras crianças na escola, desejava ter irmãos, mas o casal não tinha planos de ter mais filhos. Ao pesquisarem opções para preencher essa lacuna na vida de Isabel, descobriram o Serviço Família Acolhedora, em 2019.
Além de se dedicar aos estudos, Isabel também trabalha como jovem aprendiz em uma empresa. Mesmo assim, ela e os pais conseguem ajustar a rotina familiar a cada acolhimento. Nos últimos cinco anos, oito crianças já foram recebidas na casa dos Rosário da Hora, em seis diferentes acolhimentos, sendo dois deles envolvendo irmãos.
Isabel, que atualmente acolhe uma menina de 10 meses, comenta que as experiências são sempre distintas, trazendo alegrias e consideráveis desafios. “Todos os acolhimentos são únicos e sempre tentamos manter contato com a criança após o término da nossa missão. Uma delas, inclusive, retornou à guarda do pai biológico, e a família, em agradecimento pelo acolhimento, me convidou para ser a madrinha”, revela a jovem, que aceitou o convite.
Experiência transformadora
Já passaram pelo acolhimento de Isabel e seus pais crianças com diversas histórias, como vítimas de negligência, violência física e até abuso sexual. Portanto, o ‘Família Acolhedora’ é muito mais do que um serviço que visa o bem-estar da criança; é um ato de amor e comprometimento que transforma não apenas a vida do acolhido, mas também da família que o recebe.
“São histórias que se cruzam, são experiências sendo compartilhadas. Não há como envolverse no Família Acolhedora e não sair impactado”, afirma Isabel, que após o acolhimento atual realizará uma breve pausa. “Vamos descansar um pouco, mas não nos afastar. Nossa vida já foi transformada e tocada demais por este serviço tão bonito”.
O Serviço Família Acolhedora procura entender os motivos que levam à remoção judicial da criança ou adolescente de sua família de origem, buscando sua reintegração até que todas as possibilidades sejam exploradas. Em situações extremas, a criança é encaminhada para adoção. Por isso, as famílias registradas no Família Acolhedora assinam um termo de não interesse pela adoção.
Como acolher
Para integrar o Serviço Família Acolhedora, é necessário residir em Nova Iguaçu há pelo menos dois anos, ter uma moradia que satisfaça as exigências básicas da criança, entre outros critérios. É igualmente fundamental que todos os membros da família estejam de acordo com a participação no serviço e cientes de que não se trata de adoção, mas da oferta de um lar temporário para o acolhido. Assim, elas serão submetidas a avaliação psicossocial e participarão de um processo de capacitação para estarem preparadas para acolher crianças afastadas de seus lares de origem.
Os interessados em se inscrever podem visitar a sede do serviço, localizada na Rua Dr. Luiz Guimarães, nº 956, no Centro. Também é possível entrar em contato por meio do WhatsApp (99575-1913) ou pelo e-mail [email protected].