A narrativa foca em um peixe japonês interpretado por Marcos Carneiro. Uma latinha, tipicamente encontrada em cursos d’água e ribeirões poluídos, é representada por Thiago Zandonai. A interação entre os personagens, combinada com as piadas perspicazes do roteiro, estabelece o clima necessário para envolver crianças, adolescentes e adultos que também apreciam o trabalho artístico. Tanto o cenário quanto o figurino foram completamente elaborados a partir da reciclagem de materiais descartados. A produção é de responsabilidade de José de Brito, que também é coautor do roteiro.
O projeto é abrangente e ultrapassa os limites do teatro. A conscientização sobre a poluição das águas é o tema central, mas haverá também, juntamente com as duas apresentações, oficinas de criação de objetos utilizando sucatas. A seleção da Biblioteca Judith Lacaz se justifica pelo fato de o local ser, além disso, um centro de coleta de reciclagem.
O texto da peça foi elaborado em 1999, durante a época da Cia. de Segunda. Somente na terceira década do século XXI foi reavivado para ser apresentado nos palcos. O ator Marcos Carneiro compartilha sua experiência.
“Realizar esta contação que foi redigida pelo Brito em 1999 e que permanece atual até hoje é extremamente significativo, pois ensina nossas crianças de maneira lúdica a importância de cuidar dos rios e a não jogar lixo no chão ou nas águas”, afirma Marcos.
José de Brito, que atua como pedagogo e ator, menciona que a ideia original era criar um livro infantil. Em outra ocasião, durante a pandemia, o grupo apresentou o mesmo texto utilizando fantoches.
“Não havia muito dinheiro e pensei: vou fazer algumas coisas. Comecei a recolher lixo e materiais descartados para criar os figurinos com cola quente. O cenário é repleto de plástico bolha e outros itens colados para simular lixo, não é?”, explicou.
Nem a peça de teatro nem as oficinas são apenas parte de um projeto que José de Brito espera que persista tanto no incentivo a valores sustentáveis entre as crianças quanto na promoção da arte, com possíveis novas apresentações e colaborações com o setor público e empresas privadas.
Serviço:
O Rio Não Tá Pra Peixe – Dia 22 de maio
E.M. Dr. Juvenil de Souza Lopes – 9h (Rua Dois, s/n, Santa Rita, Nova Iguaçu)
Biblioteca Comunitária Professora Judith Lacaz – 14h (Rua Pedro Cunha, 307, Ponto Chic, Nova Iguaçu)
