Escola Municipal de Nova Iguaçu Comemora 23 Anos da Língua Brasileira de Sinais com Evento Especial para a Comunidade Surda

Na semana que comemora os 23 anos da oficialização da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio reconhecido de comunicação e expressão da comunidade surda, a Escola Municipal Monteiro Lobato, situada em Nova Iguaçu, organizou o evento “Aquelas mãos que produzem: arte e poesia surda”. O intuito foi ressaltar a manifestação artística através da Libras. Participaram da atividade alunos surdos, educadores, intérpretes e ouvintes.

Atualmente, a rede de ensino municipal de Nova Iguaçu atende 60 estudantes surdos, com 40 deles matriculados na Escola Municipal Monteiro Lobato. Nas instituições que acolhem esses alunos, a Língua Brasileira de Sinais é ensinada, e intérpretes estão disponíveis para assegurar a inclusão nas aprendizagens escolares. O evento representa uma oportunidade para reforçar a Libras como um recurso de aprendizado, favorecendo a participação ativa dos estudantes surdos no ambiente educacional.

“A Secretaria Municipal de Educação finaliza hoje uma semana especial com este evento na Escola Municipal Monteiro Lobato. Comemoramos junto à comunidade surda e enfatizamos a relevância da Libras no processo educativo e no desenvolvimento de nossos alunos na rede municipal”, declarou a secretária de Educação, Maria Virgínia Andrade Rocha.

Entre os envolvidos estava Letícia Chagas da Silva, de 15 anos, aluna do 8º ano. Ela destacou o impacto da Libras em sua jornada escolar e pessoal. “Sendo surda, aqui pude me desenvolver, aprender os sinais, e isso foi extremamente benéfico para mim. Sinto-me respeitada. É fundamental para jovens como eu perceberem que nossa língua é valorizada.”

Emanuelly Cristina Gomes dos Santos, de 13 anos, estudante do 9º ano e filha de pais surdos, também sublinhou a importância do espaço de expressão proporcionado pela escola. Ela comentou como a convivência com a Libras desde a infância moldou sua conexão com a literatura e a poesia. “Assim como meus pais, sou surda e sempre me comuniquei com gestos. A poesia me auxilia a expressar sentimentos e a compreender melhor o mundo. Aqui, temos acesso à comunicação inclusiva e à literatura em Libras, o que é essencial para nosso crescimento.”

Solange Vianna, chefe da Educação de Surdos na rede municipal, ressalta o progresso do reconhecimento da Libras. “A Libras já foi considerada apenas uma forma de mímica. Atualmente, é vista como uma língua com suas próprias características estruturais. Isso empodera a comunidade surda. É uma conquista que deve ser celebrada e entendida por todos, incluindo os ouvintes.”

Deixe um comentário