A administração municipal de Nova Iguaçu impediu que um valioso legado da cidade se tornasse meramente uma recordação na memória dos cidadãos iguaçuanos. Na sexta-feira (11), em cumprimento às ordens do prefeito Dudu Reina, uma operação colaborativa entre as secretarias de Cultura (SEMCULT), de Desenvolvimento Urbano (SEMDUR) e de Ordem Pública (SEMOP) salvaguardou um edifício centenário, que serviu por muitos anos como sede da Cruz Vermelha de Nova Iguaçu, da demolição.
Localizado na Rua Coronel Bernardino de Melo 2.085, no Centro, em suas proximidades à estação ferroviária, o imóvel está desocupado há mais de um ano. Sendo propriedade privada, o edifício estava disponível para locação ou venda. Uma denúncia à administração municipal indicou que o local estava passando por intervenções inadequadas.
“Recebemos informações de que o edifício, protegido pela Lei Orgânica Municipal e, portanto, inapto a ser alterado ou demolido, estava sofrendo destruição. Nossas equipes se deslocaram prontamente até o local e constataram que paredes já haviam sido derrubadas e portas originais retiradas”, declarou o prefeito Dudu Reina.
Conhecido entre os iguaçuanos como Castelinho da Cruz Vermelha, o prédio foi erguido na década de 1920 e apresenta traços arquitetônicos que são perceptíveis na estilização das mãos francesas, nas esquadrias e nas colunas com rusticação. O coronel Sebastião Herculano de Mattos foi seu primeiro proprietário, uma figura significativa na história de Nova Iguaçu.
“Este edifício centenário é um dos mais relevantes patrimônios do auge da citricultura em Nova Iguaçu. Graças às denúncias, conseguimos agir a tempo para impedir a consumação da demolição”, afirmou o secretário municipal de Cultura, Marcus Monteiro, que esteve presente durante a inspeção no local.
Após o flagrante, uma ocorrência foi registrada na 52ª DP (Nova Iguaçu), que irá investigar a situação. O proprietário do edifício foi convocado para fornecer esclarecimentos. A Prefeitura de Nova Iguaçu, por meio da SEMDUR, irá embargar as obras.