Orientado pelo professor Pedro Dannemann, o curso foi desenvolvido ao longo de dois meses e proporcionou suporte para transporte e alimentação dos jovens participantes. Os alunos elaboram um projeto próprio, desde a elaboração do roteiro até a finalização, e recebem um certificado oficial ao concluir o curso.
“Nosso intuito é promover a inclusão através do audiovisual, enfatizando o cinema como uma ferramenta de impacto social, ressaltando a formação de público e a capacitação de jovens de Iguaçu. Além disso, todos eles recebem um certificado oficial ao concluir o curso; os filmes com melhor avaliação poderão ser premiados, e os alunos poderão ser encaminhados para estágios em produtoras de cinema do Rio de Janeiro, além de receberem bolsas de estudo para novos cursos”, esclarece Steve Solot, criador do projeto.
Um dos destacados talentos do curso é Erick Gabriel Mol da Silva, residente no bairro da Posse. Com apenas 20 anos, ele já acumulava em seu currículo cursos de direção de arte e teatro, além de participações em curtas-metragens realizados na cidade. Agora, ele está prestes a lançar seu primeiro curta-metragem, “Labuta”, produzido em colaboração com o amigo Jackie Pimentel, que trata das dificuldades enfrentadas por trabalhadores que não são adequadamente recompensados financeiramente.
“Meu filme busca transmitir, de maneira poética, que muitos trabalhadores não recebem o devido reconhecimento em suas áreas de atuação. Isso também se aplica a artistas em geral. Todos que conheço precisam realizar algum outro trabalho paralelo para sustentar sua própria arte. Quando viemos da Baixada, tudo se torna um pouco mais desafiador. Portanto, este projeto é uma oportunidade imensa para aqueles que desejam permanecer na arte. Este é o caminho que quero seguir”, compartilha o jovem.
Outra talentosa participante foi Carine Costa Magalhães, de 26 anos. Criadora do filme “Agora é a minha vez”, ela combina elementos de suspense e terror. Uma jovem, interpretada pela própria Carine, se depara com um homem na rua e decide persegui-lo. Ela descobre seu endereço, invade sua casa e o torna refém. Um flashback – técnica que interrompe uma sequência temporal para retornar a eventos passados, trazendo informações relevantes do passado – esclarece os motivos que levam a personagem a tomar decisões que inicialmente parecem irregulares.
Carine considera que o projeto “Fazendo meu primeiro filme” representa uma grande oportunidade para os jovens que almejam seguir carreira no cinema e sonham com conquistas ainda mais grandiosas. “A conquista do Brasil no Oscar também abre muitas portas, pois demonstra que o cinema brasileiro possui qualidade e é capaz de ganhar prêmios. A partir daqui, é possível aprender ainda mais e construir uma carreira excepcional”, afirma.
Além da SEMAS, que disponibilizou a Casa da Juventude Iguaçuana para a realização do curso, o projeto “Fazendo meu primeiro filme” contou com o suporte das secretarias municipais de Cultura (SEMCULT) e de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (SEMDETTUR). Os 14 curtas-metragens criados pelos alunos serão exibidos no dia 23 de março, a partir das 10h, no Teatro Nova Iguaçu Petrobras, na Rua Coronel Bernardino de Melo, nº 1.081, no Caonze. A entrada é gratuita.