Internações por Acidentes de Moto Aumentam Exponencialmente no Hospital Geral de Nova Iguaçu

Unidade de saúde registrou um acréscimo de 134,7% no número de pacientes internados em 2024

Em 2024, três entre dez pessoas que sofreram acidentes de moto precisaram ser hospitalizadas no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI). Essa situação tem gerado considerável inquietação na unidade de saúde, e os profissionais médicos alertam que a gravidade dos casos tem aumentado. Entre os 3.329 atendimentos a motociclistas realizados no ano anterior, 864 culminaram em hospitalizações, o que representa um crescimento de 134,7% em relação às 368 internações registradas em 2023.

Os dados continuam a crescer em 2025. Nos dois primeiros meses deste ano, o HGNI contabilizou 485 atendimentos decorrentes de acidentes de motocicleta, com 159 internações, equivalendo a 32,7% do total. Profissionais da área destacam que o aumento no número de motocicletas, aliado à imprudência no trânsito, são fatores que contribuem para essa crescente demanda na unidade de saúde.

“Os casos de acidentes de motocicleta que chegam ao hospital têm chamado a atenção pela severidade. Muitos motoristas apresentam traumatismos cranianos, fraturas expostas severas nos membros, que podem levar a óbito, incapacitação ou sequelas permanentes. A conscientização sobre essa questão é vital para salvar vidas”, afirma o secretário municipal de Saúde de Nova Iguaçu e médico ortopedista, Luiz Carlos Nobre Cavalcanti.

Os acidentes envolvendo motocicletas lideram as estatísticas de atendimentos de emergência no HGNI, superando em mais do dobro o segundo lugar, que são os acidentes de automóveis. A maior parte desses incidentes ocorre aos finais de semana. Além disso, muitos motociclistas não apresentam credenciais adequadas, pilotam sob estado de embriaguez ou não utilizam equipamentos como capacetes, luvas e vestimentas apropriadas.

“A ausência de equipamentos de proteção aumenta consideravelmente o risco de lesões em caso de colisão ou queda de moto. O atendimento médico de emergência torna-se mais desafiador, prolonga a estadia hospitalar e, em alguns casos, eleva o risco de mortalidade”, enfatiza o diretor-geral do HGNI, Ulisses Melo.

Acidentado de moto afirma que “nasceu de novo”

Um incidente extremamente preocupante levou Sebastião Dias de Oliveira, de 51 anos, a fazer uma escolha drástica: vender sua motocicleta. No dia 22 de fevereiro, ele sofreu um grave acidente na Rodovia Presidente Dutra. Embora estivesse usando todos os equipamentos de segurança, o paciente teve uma fratura exposta no fêmur esquerdo e precisou passar por uma cirurgia. Ele permaneceu internado por 22 dias, até receber alta no último domingo (16).

“Estava na Dutra quando outra motocicleta colidiu comigo. Só lembro da batida; fiquei inconsciente e acordei apenas no hospital. O impacto foi tão forte que parecia que haviam batido um martelo no meu capacete. Senti muitas dores. Só me recordo do médico me dizendo, já na unidade hospitalar, que eu nasci de novo por ter sobrevivido. Não desejo mais andar de moto”, enfatiza.

O médico responsável pelos serviços de ortopedia e traumatologia do HGNI, Rodrigo Petito, avaliou o perfil dos pacientes que necessitam de atendimento devido a acidentes de motocicleta e destacou que, assim como o número de internados aumentou, as cirurgias também têm visto um aumento.

“Constatamos um crescimento considerável no número de internações desses casos aqui no centro de trauma do hospital. Isso acarretou em uma maior demanda por serviços de ortopedia para cirurgias de emergência, especialmente em casos de fraturas expostas, além das cirurgias definitivas. As fraturas de tíbia e fêmur são as mais frequentes, e o período de recuperação pode variar até seis meses”, concluiu.

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