Nova Iguaçu Lança Campanha de Mobilização nos 21 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero

A Campanha dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres representa uma iniciativa global que acontece anualmente entre 20 de novembro e 10 de dezembro. Ao longo desse intervalo, diversas atividades de sensibilização e suporte são promovidas para enfrentar a violência de gênero e favorecer a equidade.

Em Nova Iguaçu, a iniciativa recebe apoio especial do CEAM (Centro de Atendimento à Mulher), uma unidade vinculada à Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS). Conforme Érica Macedo da S. Pinto, advogada do CEAM-NI, o Centro desempenha uma função essencial, oferecendo um ambiente protegido para que as mulheres possam refazer suas vidas. Até o momento em 2024, o Centro já prestou atendimento a 266 mulheres, disponibilizando suporte integral e estimulando a autonomia feminina. “A campanha representa uma oportunidade vital para que as mulheres compreendam que não estão sozinhas e disponham de recursos para romper com o ciclo de violência”, destaca Érica.

O CEAM-NI disponibiliza uma variedade extensa de serviços, incluindo orientações jurídicas, suporte psicológico, assistência social e até atendimento para os filhos das mulheres atendidas. “Nosso intuito é entregar as ferramentas necessárias para que as mulheres readquiram o controle sobre suas vidas e atinjam a autonomia”, explica a advogada.

Thaynara Barros do Santos Lima, 34 anos, é uma das assistidas e narra sua jornada de superação. Durante o período da pandemia, enfrentou desafios financeiros e emocionais em um relacionamento que, embora não tenha abrigado violência física, afetou profundamente sua autoestima. “Um relacionamento abusivo começa no aspecto psicológico, e isso nos torna completamente vulneráveis”, relata Thaynara.

“Eu passava por um relacionamento extremamente desafiador e estava perdida, sem saber como me desvincular. Quando procurei auxílio no CEAM de Nova Iguaçu, percebi que poderia recomeçar. O apoio psicológico e jurídico foi fundamental para que eu tivesse coragem de dar o primeiro passo”, conta Thaynara.

Ao se sentir mais fortalecida, Thaynara decidiu empreender para garantir a subsistência de sua família. Inicialmente, criou uma pequena pensão, mas logo concluiu que precisava de mais tempo para cuidar de seus filhos. Com o tempo, identificou a venda de alho triturado como uma alternativa para simplificar a vida na cozinha dos iguaçuanos.

Atualmente, ela possui um pequeno negócio que está iniciando sua expansão, com o auxílio de uma rede de mulheres que a motivaram a seguir em frente. “O que mais mantém uma mulher em um relacionamento abusivo é a questão financeira. Quando começamos a gerar nossa própria renda, nos libertamos por completo”, afirma ela com brilho nos olhos.

Érica enfatiza que a sociedade desempenha um papel essencial na luta contra a violência à mulher. “Devemos nos unir, apoiar as vítimas e promover a conscientização sobre igualdade de gênero. A transformação inicia-se com atitudes simples, como não tolerar abusos e incentivar as mulheres a buscarem ajuda”, conclui a advogada.

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